Sábado, 30 de Abril de 2005
Todo o largo do Arrabalde é interessante. Um largo cheio de história feito com muitas estórias. O pormenor que se vê na foto é de uma das construções mais imponentes do Arrabalde e também ela cheia de tradições. Consultório do falecido Dr. Alcino (onde em miudo por lá passei algumas vezes), no tempo em que médicos na cidade se contavam pelos dedos das mãos, a Casa Mairos, o tasco do também falecido e amigo Sr. Freitas onde era obrigatório passar para perguntarmos pelo João Florêncio. Enfim! muitas recordações e algumas saudades do passado, acho que começo a entrar na velhice!
Pois é, a figura dos últimos post's é o Padre Marcelino da Fontoura. É assim! a gente passa por lá todos os dias, talvez até damos uma vista de olhos ao busto mas o nome fica esquecido. Pela história do Homem que foi, acho que devo trascrever aqui o que se sabe dele. Pois aqui fica, conforme é contada na Toponímia Flaviense:
O Padre Joaquim Marcelino da Fontoura nasceu em 1867, em Anelhe, do concelho de Chaves. Faleceu em 1938. Fez a instrução primária na escola dos padres-mestres, sendo discípulo do p.e Venâncio, na Universidade do Eiró, junto à vila de Boticas.
Era ali, nesse tempo, que havia uns estudos preparatórios para continuar no ensino secundário.
Os seus pais eram remediados, gente de bem, que há custa de sacrifícios mandaram instruir os seus filhos. Foi estudar para Braga, vindo a ordenar-se em presbítero, com a ideia de servir a Deus e à sociedade, por meio da escola.
Talvez pelas dificuldades por que passou, veio a dedicar-se ao ensino, diminuindo assim muitas dificuldades das famílias da região. Contudo, não foi fácil, indo paroquiar a sua aldeia.
Ali entregou-se ao ensino das crianças da freguesia. Ganhou confiança e coragem, fundando um Colégio, a expensas suas, no Outono de 1893, na então vila de Chaves, sob a invocação do Colégio de S. Joaquim, na Rua Gen. Sousa Machado, no ano de 1893/94. No ano seguinte, fez contacto com a confraria, passando a dar aulas no extinto Convento das Freiras de N.ª Sr.ª da Conceição, onde mais tarde veio a construir-se o Liceu Fernão de Magalhães. Ali funcionou até 1896.
Então os invejosos não faltaram, acusando-o de que ele estava exercendo uma indústria lucrativa!.
Perante acusações de maior falsidade, o Colégio foi encerrado em 1896, regressando a Anelhe. Todavia, o Presidente da Câmara Municipal - António Fernandes Bragança, compreendeu o erro praticado. Por isso, de acordo com a vereação, oficiou ao p.e Joaquim manifestando o desagrado pelo acontecido e concedendo-lhe um subsídio camarário de duzentos mil reis mensais. Porém, ele estava molestado. Só ao fim de três anos, depois de insistentes pedidos, resolveu reabrir o Colégio de S. Joaquim, em 1889, indo instalar-se no Largo do Anjo, na casa da família Arrochela, (
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No entanto, a Câmara de 1902, no 3.2 ano de contrato, cometeu a indignidade de cortar o subsídio. Tratava-se de uma malévola campanha política. No entanto, continuou a funcionar até 1907. (...)
In Toponímia Flaviense
Sexta-feira, 29 de Abril de 2005
A última ajuda. Agora é de frente e tem o nome por baixo! vamos lá a saber quem é o Homem!
Pois aqui vai uma ajudinha com o perfil do busto.
Quarta-feira, 27 de Abril de 2005
Mais um pormenor de Chaves. Desta vez é o Largo do Anjo com um recanto (ao fundo) bem simpático. Já agora que é o homem do busto que somos obrigados a contornar? Será o Anjo!? Nos próximos post's talvez possa ajudar.
Terça-feira, 26 de Abril de 2005
Da outra margem do Rio ve-se a outra margem do rio. Esta foto tem um significado especial. Como várias vezes já referi, a minha juventude pertence ao lado da Madalena, pertence à veiga. Em miúdo, durante a escolá primária só me era permitido e autorizado chegar até esta vista da cidade. Embora não houvessem os "perigos" de hoje a ponte só era atravessada para cerimónias da Páscoa ou para actos oficiais e sempre acompanhado pelos pais. Do outro lado do rio reinavam os Betos (da cidade) e os do Stº Amaro. É esta a imagem que tenho de miúdo. Mas na foto (ainda imagem de miúdo) havia precisamente em frente a barraca dos matraquilhos do Sr. Américo, os barcos de madeira do Redes e o tripé do Lombudo com os registos do momento. Estou a falar dos anos 60 (embora a barraca do tio américo já seja dos anos 70, vai uma negra!?)
Domingo, 24 de Abril de 2005
A Rua já não é bem assim. Depois das recentes obras está mais interessante. Aliás, grande parte do conjunto que se vê na foto, está em obras: Os antigos Bombeiros e o Jardim ou melhor ex-jardim das Freiras.
Esta é mais uma foto que já vai merecendo ir para o Chaves Antiga.
Sexta-feira, 22 de Abril de 2005
Há dias passava profissionalmente por este local e este pequeno recanto chamou-me a atenção e fez-me parar. Felizmente tenho a "mania" de carregar a máquina fotográfica sempre comigo e, como é lógico, não poderia deixar de registar este recanto. Fica a umas centenas de metros do centro da cidade e além do encanto do lugar nada mais sei, nem da história da fonte nem das gentes do sítio. Sei que as pessoas são simpáticas e vive-se um ambiente de bairro típico ou de aldeia, com visinhos que são visinhos e cães, gatos e galinhas como parte integrante da comunidade que por lá vive ou que por cá vive nesta grande aldeia de Chaves.
Quarta-feira, 20 de Abril de 2005
Havia aquele anúncio da pasta medicinal couto que dizia mais-o-menos assim: "Palavras para que, é um artista português" agora a respeito desta foto, sou eu que digo: Palavras para que, é uma foto de Chaves...
Terça-feira, 19 de Abril de 2005
Há dias publiquei uma foto indêntica a esta em que perguntava quem era a srª da escultura. Ainda ninguém me disse quem era, porque ninguém sabe quem ela é. Nem o próprio que a mandou lá colocar sabe quem ela é. É a Srª Ninguém.
Tendo vindo à baila, num post anterior, o antigo oblisco do Bacalhau que foi retirado deste mesmo jardim, digam lá se não ficaria bem no lugar da Srª Ninguém!? Acho eu!
Pois a pedido do cabeça de casal de uma família flaviense residente, que passa pelo Bacalhau todos os dias e me pergunta o que é feito da taça que estava no Bacalhau antigo, aqui fica a foto da dita cuja, ainda no Bacalhau de onde nunca saiu. Estão a ver como nós residentes às vezes vemos menos que os ausentes.
Domingo, 17 de Abril de 2005
Curiosamente esta foto foi-me cedida para publicação pelo nosso amigo D.M.Pires, quando e quase em simultâneo era cedida também uma foto do oblisco para o blog Chaves Antiga, com o oblisco ainda no Bacalhau.
Pois este oblisco tem uma história triste. Caiu com a remodelação do Bacalhau no início dos anos 80 e foi esquecido durante longos anos, amontoado ao lado de entulhos e lixo. Um Engº da Câmara Municipal (Engº Carneiro), vendo-o tão triste e abandonado resolveu recupera-lo e ergue-lo de novo onde lhe era possível. Precisamente no local que a foto documenta, ou seja nos terrenos da Central de Águas, mesmo junto ao Rio, na Estrada de Outeiro Seco.
Hoje, embora pouco visível, mantém a sua dignidade.
Sábado, 16 de Abril de 2005
Se no post anterior tinhamos o pormenor da porta, agora fiquem com o pormenor do edifício e da Rua onde essa mesma porta existe.
O Centro Histórico de Chaves, nomeadamente a Rua Direita, era rica nestes pormenores. Esta é uma das poucas portas ainda existentes que mantém os portões de ferro. Com o tempo esta protecção à porta aberta foi-se perdendo.
Quarta-feira, 13 de Abril de 2005
Sempre me encantou esta pequena porta. Dentro existe um minúsculo espaço onde costumava estar um Sapateiro, muitos sapatos, algumas botas. Hoje a porta está fechada. Não há sapateiro. Mas a porta continua lá para meu encanto pessoal. São estes pequenos pormenores que fazem com que eu goste de viver em Chaves e ser feliz em Chaves. Pena é o Sapateiro ter fechado a porta................ Ao lado, no 30 e tal, pelo que consta, entrava um ilustre bloguista quando era puto. Consta!
Terça-feira, 12 de Abril de 2005
Fotograficamente falando, damos voltas e mais voltas e acabamos sempre por ir parar à velha Ponte Romana. Não sei se pelo rio, se pelos seus 2000 anos de idade, se pelo pôr-do-sol que teima sempre em pôr-se para além dela. De manhã, de tarde, no pôr-do-sol e à noite a ponte e o rio estão lá. Eu tenho a felicidade de os ver todos os dias, deixo a sua imagem para os que gostavam, agora, de estar aqui também.
Segunda-feira, 11 de Abril de 2005
Sempre que Chaves perde alguma coisa, nos flavienses, lamentamos.
O link aqui ao lado para o Chaves OnLine já não vai dar a lado nenhum e é pena porque era um blog com belas fotografias sobre a cidade, que eu e muitos, visitavamos quase diariamente. Chaves perdeu um blog, Chaves mais uma vez ficou a perder. Um abraço para o seu autor, o Pedro Malheiros, que esperamos que repense o seu abandono, que deixe para trás o off e que regresse novamente com on line para Chaves. Vamos manter o Link na esperança de um destes dias ir dar a algum lado, oK?
Ruas, Ruelas e Betesgas onde as varandas e telhados quase se beijam.
Esta que dá pelo nome de Ladeira da Brecha, é uma das duas ladeiras que ligam directamente a Rua Direita à Rua de Stº António.
E como já vem sendo habito neste blog, quando não sabemos o porque de alguma coisa, oferecemos uma dúzia de pastéis a quem nos o disser. Pois é. Porque é que esta ladeira tem o nome de Brecha. Tal como diz Firmino Aires na Toponímia Flaviense : "Não o sabemos". Uma dúzia de Pastéis de Chaves e desta vez acrescentamos um folar da Maria para quem nos disser de onde vem a "Brecha" da ladeira.
Sábado, 9 de Abril de 2005
Pois é, ou era uma vez um jardim que dava pelo nome de Freiras onde as pessoas nas noites de verão debitavam passos na sua calçadinha. Local de ponto-de-encontro, jardim de culto de amores e desamores, jardim de longas conversas sempre continuadas no dia seguinte, era uma vez...
É assim que eu gosto de ver o centro histórico da minha cidade. Ruas abertas às pessoas, sem carros, onde vamos encontrando uns amigos(as) e dando duas de conversa, flores no meio da rua (mesmo que artificiais) e onde há tempo para tudo, é Chaves no seu melhor. tal como há muito eu defendo que deveria ser a Rua de Stº António, a Ponte Romana e a Rua do Olival (a mesma que também se chama Rua Cândido Reis), acrescentando a Rua 25 de Abril e a Rua do Tabolado, ou seja o centro de comércio tradicional, acho eu! Talvez a ACISAT ou outros responsaveis não pensem o mesmo, e é pena (continuo a achar eu!)